SIDA/HIV
O alvo principal são os linfócitos TCD4, fundamentais para a coordenação das defesas do organismo. Assim que o número destes linfócitos diminui abaixo de certo nível (o centro de controle de doenças dos Estados Unidos da América define este nível como 200 por ml), o colapso do sistema imune é possível, abrindo caminho a doenças oportunistas e tumores que podem matar o doente.
- ligação de glicoproteínas virais (gp 120) ao receptor específico da superfície celular, principalmente CD4;
- fusão do vírus com a membrana da célula hospedeira;
- liberação do material genético e enzimas do vírus para o citoplasma da célula hospedeira;
- transcrição do RNA viral em DNA complementar, dependente da enzima transcriptase reversa;
- transporte do DNA complementar para o núcleo da célula, onde pode haver integração no genoma celular (provírus), dependente da enzima integrar-se, ou permanecer isoladamente em forma circular;
- o provírus produz RNA, mensageiro viral, que se dirige para o citoplasma da célula;
- proteínas virais são produzidas e quebradas em subunidades por meio da ação da enzima protease do HIV;
- as proteínas virais produzidas regulam a síntese de novos genomas virais e formam a estrutura externa de outros vírus que serão liberados pela célula hospedeira;
- o vírion recém formado é liberado para o meio circundante da célula hospedeira, podendo permanecer no fluído extracelular ou infectar novas células.
Transmissão
Tratamento
Não foi ainda encontrada uma cura, ou seja, um modo eficaz de eliminar totalmente o VIH do organismo.
Os tratamentos existentes, compostos, normalmente, por mais do que um medicamento, reduzem a carga vírica e atrasam os danos que o vírus pode provocar no sistema imunológico. Com a toma dos medicamentos existentes, a quantidade de vírus no sangue começa a decrescer ao fim de alguns dias. Na maioria das pessoas que tem acesso ao tratamento, e que o cumpre adequadamente de acordo com a indicação dos seu médico, 99 por cento do vírus presente no sangue é eliminado ao fim de quatro semanas e, ao fim de quatro a seis meses, a maior parte passará a ter «VIH não detectável» no sangue. No entanto, o vírus permanece no organismo e mantém-se o risco de transmissão da infecção a outras pessoas. Existem três tipos (classes) de medicamentos utilizados no tratamento da infecção com VIH, que actuam de formas diferentes e em diferentes fases do ciclo de reprodução do vírus. Os medicamentos são, geralmente, utilizados em conjunto para a obtenção de resultados mais eficazes e prolongados:
- inibidores da transcriptase reversa -impedem que o vírus consiga transformar o seu código genético de ARN em ADN, operação necessária para se multiplicar dentro das células;
- inibidores da protease - têm como função bloquear um dos componentes do HIV, a protease, conseguindo, desta forma, que as novas cópias do vírus não infectem novas células.
- inibidores de fusão- impedem a fusão do vírus com ao linfócios T, inibindo a sua multiplicação. Com este tipo de medicamento, o HIV não consegue completar o seu ciclo de reprodução, porque não chega a infectar os linfócitos T e a criar novas cópias do vírus.
Mitos a respeito do HIV
- "SIDA e HIV são a mesma coisa".
O HIV é o vírus que danifica o hospedeiro levando a uma deficiência imune. Um estado de deficiência imune é necessário para a condição conhecida da SIDA. Alguns tipos de doenças oportunistas da SIDA podem estar presentes em uma pessoa que possa ser diagnosticada como tendo SIDA. Um pessoa pode estar infectada por anos sem ter desenvolvido a SIDA. Alguém que seja HIV positivo pode não ter SIDA. - "O HIV afecta apenas homossexuais e usuários de drogas".
O HIV pode afectar qualquer um. Bebés, mulheres, idosos, adolescentes, e pessoas de qualquer etnia podem contrair o HIV. Vale a pena lembrar que há questões de crenças religiosas envolvidas, como dizer que a SIDA é causada por punição do sexo por prazer (homossexuais, o uso do preservativos, etc). - "Não há risco para duas pessoas já infectadas ao ter sexo sem protecção".
Há anos que a reinfecção por HIV (ou superinfecção como é às vezes chamada) tem sido vista como a consequência de relações sexuais sem protecção entre pessoas infectadas pelo HIV. A reinfecção ocorre quando uma pessoa com HIV infecta-se pela segunda vez ao ter uma relação sexual sem protecção com outra pessoa que também tem o HIV. A reinfecção tem sido demonstrada em estudos laboratoriais, bem como em modelos animais. A prova de que isso poderia acontecer em situações da vida real foram difíceis de ser obtidas, mas uma evidência recente tem surgido em estudos de casos humanos que confirmou que a reinfecção pelo HIV pode ocorrer e pode ser muito problemática para pessoas com o HIV. - "Pessoas acima dos 50 anos não contraem HIV".
Pessoas acima dos 50 anos podem contrair HIV. O número de pessoas acima dos 50 diagnosticadas com infecção pelo HIV está a aumentar. - "Uma mulher HIV positivo não pode dar à luz a um bebé saudável".
O HIV é às vezes transmitido da mãe para o bebé no útero, mas nem sempre. O risco é pelo menos de 20 a 30% para a transmissão materno-fetal do HIV. O parto por cesariana e a ingestão de droga antiretroviral durante a gravidez pode reduzir a probabilidade de a mãe passar a infecção para o bebé. Quando esses tratamentos estão disponíveis e a futura mãe é diagnosticada o mais cedo possível, apenas cerca de 2% das mães HIV-positivas que estão prestes a dar à luz, terão filhos infectados. As infecções pós-parto via leite materno também são um problema, especialmente no Terceiro Mundo.
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