Biologia-Soraia

24 março 2007

Biotecnologia


A biotecnologia é uma ciência resultante da associação entre as ciências exatas e tecnológicas. É um conjunto de técnicas que utiliza seres vivos, ou parte deles, para produzir ou modificar produtos, aumentar a produtividade de plantas e animais de maneira eficiente ou, ainda, produzir microorganismos para uso específicos. A biotecnologia é uma área multidisciplinar que inclui as tecnologias de engenharia genética, DNA recombinante, manipulação de células e embriões. Atualmente biotecnologia é uma área que está em crescente expansão necessitando cada vez mais de profissionais qualificados para o seu desenvolvimento. As aplicações biotecnológicas têm-se destacado principalmente nas áreas agro-industriais e de saúde. Os biotecnólogos possuem um campo bem amplo de atuação que inclui indústrias agrícolas, alimentícias, químicas e farmacêuticas; laboratórios de desenvolvimento, pesquisa e tecnologia voltados para preservação ambiental, diagnósticos de doenças e bioinformática.

Alergias



A alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a uma substância estranha ao organismo. São reacções de hipersensibilidade imunológica a um estímulo externo específico. Os portadores de alergias são chamados de “atópicos”. Algumas reacções alérgicas podem conduzir a um choque anafilático, que é provocado pela diminuição brusca da pressão arterial em consequência do aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos.


Sintomatologia

A pessoa alérgica pode apresentar um ou vários dos sinais indicados:
  • Espirros em salva (vários espirros seguidos)

  • Nariz obstruído, com respiração pela boca.

  • Coriza (secreção nasal aquosa e fluída)

  • Tosse repetitiva

  • Prurido (coceira) nos olhos, nariz, garganta e em qualquer parte do corpo.

  • Lacrimejação dos olhos

  • Erupções cutâneas

  • Urticárias

  • Edema (inchaço) nos lábios ou nas pálpebras (angioedema)

  • Conjuntivite, faringite, sinusite e otite alérgicas.

  • Marcas nas pálpebras

  • Dispnéia (falta de ar)

Os sintomas das alergias podem ser tratados com medicamentos anti-histamínicos.

Exemplos de alergias

  • alergia aos ácaros

  • alergia ao pólen

  • alergia a veneno de insectos

  • alergia a pêlo de animais

  • alergia a camarão

  • alergia a morangos

  • alergia a chocolates

  • alergia a determindos químicos (p.ex.lixívia)

  • etc.
Como saber se somos alérgicos a algo?

Para saber se somos ou não alérgicos a alguma substância necessitamos de realizar testes de detecção de sensibilidades a alergénicos, os quais consistem em picadelas contendo um pouco da substância que se quer testar na região do braço. O aparecimento de um edema indica sensibilidade a essa substância.

Fonte: manual escolar, http://pt.wikipedia.org, http://www.lincx.com.br

Reacção inflamatória

O que é?
A reacção inflamatória é uma sequência complexa de acontecimentos que ocorre quando agentes patogénicos conseguem ultrapassar as barreiras físicas de defesa do organismo. É uma defesa não específica do organismo, ou seja, actua sempre do mesmo modo qualquer que seja o invasor e o número de vezes que este ataque.

Etapas da reacção inflamatória

1- os agentes patogénicos e/ou células dos tecidos lesados libertam substâncias químicas, principalmente histaminas.

2- As substâncias químicas libertadas causam vasodilatação e o aumento da permeabilidade dos capilares sanguíneos da zona atingida. Como consequência, aumenta o fluxo sanguíneo no local e uma maior quantidade de fluido intersticial passa para os tecidos envolventes. A zona atingida manifesta rubor, calor, edema e dor.A dor é causada pela acção de substâncias químicas nas terminações nervosas e pela distensão dos tecidos.


3- Os neutrófilos e os monócitos são atraídos por quimiotaxia, deixam os vasos sanguíneos por Diapedese e dirigem-se aos tecidos infectados. Os neutrófilos são os primeiros a chegar e começam a realizar a fagocitose dos agentes patogénicos. Chegam depois os monócitos que se diferenciam em macrófagos.


4- Os macrófagos fagocitam os agentes patogénicos e os seus produtos, os neutrófilos destruídos na processo e as células danificadas. O pús que se acumula no local da infecção é formado por microrganismos e fagócitos mortos e por proteínas e fluido que saíram dos vasos sanguíneos. O pús é absorvido e, ao fim de alguns dias, verifica-se a cicatrização dos tecidos.


Fonte: manual escolar, http://pt.wikipedia.org, http://pwp.netcabo.pt

Sistema imunitário



O sistema imunitário é constituído por um conjunto de órgãos, tecidos e células capazes de reconhecer os elementos próprios e estranhos ao organismos e de desenvolver acções que protegem o organismos dos agentes patogénicos (como por exemplo bactérias, vírus, fungos, etc.) e das células cancerosas. Os leucócitos (glóbulos brancos), que todos já ouviram certamente falar, são células produzidas na medula óssea, presentes no sangue, linfa, órgãos linfóides e vários tecidos conjuntivos com funções de defesa do nosso organismo. Existem diferentes tipos de leucócitos: neutrófilo, eosinófilo, basófilo, linfócito, monócito e macrófago.

Neutrófilos


São granulócitos com núcleo polilobado e constituem cerca de 60 a 70% de todos os leucócitos. Circulam no sangue e o seu tempo de é de apenas algumas horas ou dias. Realizam a fagocitose e são os primeiros a chegar aos tecidos infectados, atraídos por Quimiotaxia.

Fig.3- fagocitose

Basófilos


São granulócitos com núcleo volumosos de forma irregular que constituem menos de 2% de todos os leucócitos. quando activados, libertam substancias, como a histamina , que produzem uma resposta inflamatória.

Monócitos



São granulócitos de pequenas dimensões com núcleo em forma de ferradura. Constituem cerca de 5% de todos os leucócitos. Circulam no sangue durante poucas horas e depois migram para os tecidos, aumentando de tamanho e transformam-se em macrófagos. Os Macrófagos são células de grandes dimensões, que vivem muito tempo, e muito eficientes na fagocitose.

Eosinófilos

São granulócitos com núcleo bilobado e constituem cerca de 2% de todos os leucócitos. Têm actividade fagocítica limitada, particularmente dirigida a parasitas.

Linfócitos

Agranulócitos com núcleo esférico e volumoso. Constituem cerca de 30% de todos os leucócitos. Os Linfócitos B, quando activados, diferenciam-se em Plasmócitos, que produzem Anticorpos, e em células de memória. Os Linfócitos T contribuem para a activação dos linfócitos B e destroem células infectadas por vírus e células cancerosas.

Fonte: manual escolar, http://pt.wikipedia.org

ALERTA: Fármaco contra Hepatite B dificulta combate ao HIV

O entecavir, um novo anti-viral comummente usado no tratamento da Hepatite B, gera resistência cruzada com outros tratamentos destinados a combater o HIV. O alerta foi dado por cientistas norte-americanos na 14a Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections (CROI), realizada na semana passada em Los Angeles.
Chloé Thio, especialista em Doenças Infecciosas da John Hopkins University, e principal autora do estudo, divulgou parte dos resultados à Food and Drug Administration(FDA). Por esse motivo, a bula que acompanha o entecavir será modificada e os especialistas estão a ser informados Também a empresa farmacêutica Bristol-Myers Squibb, que comercializa o entecavir, já foi informada.
"As pessoas que sofrem de Hepatite viral B e que também estiverem infectadas com o vírus da Sida deverão consultar os seus médicos imediatamente para considerarem outras terapias alternativas", informou a especialista.

Pequenas mutações genéticas acrescem os riscos de Autismo

Pequenas mutações genéticas espontâneas podem aumentar os riscos de Autismo, mais do que até hoje se pensava, demonstra um estudo publicado na revista “Science”. Estas mutações genéticas muito raras são dez vezes mais frequentes em pessoas que sofrem de perturbações autistas do que em pessoas sem essa patologia e apenas duas vezes mais frequentes em indivíduos com pelo menos dois membros autistas na família, indica o estudo. A investigação, financiada em parte pelo National Institutes of Health (NIH), do qual faz parte o National Institute of Mental Health (NIMH), recaiu sobre amostras genéticas provenientes de 264 famílias. Estes investigadores descobriram mutações genéticas espontâneas em 14 das 195 pessoas que sofriam de diferentes sintomas de Autismo comparando com os 196 sujeitos sãos. Das 14 pessoas autistas com mutações genéticas, doze eram o único membro da sua família atingido pela doença e os outros dois eram de famílias onde existem antecedentes de Autismo. "A compreensão do Autismo esporádico vai necessitar de diferentes aproximações genéticas e de alargar os estudos a um grande número de famílias nas quais apenas um dos membros sofre de Autismo", afirma um dos autores do estudo, Jonathan Sebat, do Cold Spring Harbor Laboratory (CSHL), em Nova Iorque.

22 março 2007

SIDA/HIV

Fig.1- laço vermelho, símbolo da SIDA

Definição

A SIDA (síndrome da imunodeficiência adquirida) é o conjunto de sintomas e infecções em seres humanos resultantes do dano específico do sistema imunológico ocasionado pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).
O alvo principal são os linfócitos TCD4, fundamentais para a coordenação das defesas do organismo. Assim que o número destes linfócitos diminui abaixo de certo nível (o centro de controle de doenças dos Estados Unidos da América define este nível como 200 por ml), o colapso do sistema imune é possível, abrindo caminho a doenças oportunistas e tumores que podem matar o doente.

HIV
Fig.2- ilustração do vírus HIV


O vírus da imunodeficiência humana, descoberto em 1984 por Luc Montaigner, é da família dos retrovírus e o responsável pela SIDA. Existem dois tipos conhecidos, até hoje, de HIV: HIV-1 e HIV-2.

Estes dois vírus possuem semelhanças e diferenças. Relativamente ao modo de actuação, possuem mecanismos semelhantes, ou seja, quando entram no nosso corpo começam a destruir as células que nos defendem das doenças e causam uma deficiência do nosso sistema imunológico. Assim, o indivíduo fica mais vulnerável ao aparecimento de doenças (uma vez que o seu sistema imunológico fica mais debilitado). Frequentemente, podem aparecer doenças pouco habituais em pessoas saudáveis tais como tuberculose, diarreias crónicas, etc. A diferença principal está na agressividade. O HIV-1 é mais agressivo que o HIV-2. O HIV-1, é mais agressivo a matar as células que nos defendem e por isso, o indivíduo com HIV-1 fica doente mais depressa comparativamente a um indivíduo com o HIV-2. De referir que o HIV-1 é o tipo de vírus mais frequente no mundo inteiro, infelizmente.

As fases do ciclo vital do HIV

Fig.3- representação das fases do ciclo vital do HIV
  1. ligação de glicoproteínas virais (gp 120) ao receptor específico da superfície celular, principalmente CD4;

  2. fusão do vírus com a membrana da célula hospedeira;

  3. liberação do material genético e enzimas do vírus para o citoplasma da célula hospedeira;

  4. transcrição do RNA viral em DNA complementar, dependente da enzima transcriptase reversa;

  5. transporte do DNA complementar para o núcleo da célula, onde pode haver integração no genoma celular (provírus), dependente da enzima integrar-se, ou permanecer isoladamente em forma circular;

  6. o provírus produz RNA, mensageiro viral, que se dirige para o citoplasma da célula;
  7. proteínas virais são produzidas e quebradas em subunidades por meio da ação da enzima protease do HIV;

  8. as proteínas virais produzidas regulam a síntese de novos genomas virais e formam a estrutura externa de outros vírus que serão liberados pela célula hospedeira;

  9. o vírion recém formado é liberado para o meio circundante da célula hospedeira, podendo permanecer no fluído extracelular ou infectar novas células.

Transmissão

O vírus é transmitido pelo sangue,pela mãe ao seu feto e pelo contacto sexual, característica úlima que faz da SIDA uma doença sexualmente transmissível. Daí que se afirme que o uso de preservativo é imprescindível para evitar o contágio.

Sintomas


Fig.4- concentração de linfócitos T (vermelho) e de HIV (azul) ao longo dos anos

Os primeiros sintomas(febre,fadiga, emagrecimento, etc) apenas aparecem ao fim de 2 a 6 anos após o contágio, altura em que a concentração de linfócitos é já muito reduzida (fig.4). Isto é, aliás, um dos factores que mais contribui para o alastramento em grande escala do número de infectados. O indivíduo, não sabendo que está infectado, transmite, involuntariamente, o vírus ao(s) seu(s) parceiro(s) sexual(ais).

Tratamento


Não foi ainda encontrada uma cura, ou seja, um modo eficaz de eliminar totalmente o VIH do organismo.
Os tratamentos existentes, compostos, normalmente, por mais do que um medicamento, reduzem a carga vírica e atrasam os danos que o vírus pode provocar no sistema imunológico. Com a toma dos medicamentos existentes, a quantidade de vírus no sangue começa a decrescer ao fim de alguns dias. Na maioria das pessoas que tem acesso ao tratamento, e que o cumpre adequadamente de acordo com a indicação dos seu médico, 99 por cento do vírus presente no sangue é eliminado ao fim de quatro semanas e, ao fim de quatro a seis meses, a maior parte passará a ter «VIH não detectável» no sangue. No entanto, o vírus permanece no organismo e mantém-se o risco de transmissão da infecção a outras pessoas. Existem três tipos (classes) de medicamentos utilizados no tratamento da infecção com VIH, que actuam de formas diferentes e em diferentes fases do ciclo de reprodução do vírus. Os medicamentos são, geralmente, utilizados em conjunto para a obtenção de resultados mais eficazes e prolongados:


  • inibidores da transcriptase reversa -impedem que o vírus consiga transformar o seu código genético de ARN em ADN, operação necessária para se multiplicar dentro das células;

  • inibidores da protease - têm como função bloquear um dos componentes do HIV, a protease, conseguindo, desta forma, que as novas cópias do vírus não infectem novas células.

  • inibidores de fusão- impedem a fusão do vírus com ao linfócios T, inibindo a sua multiplicação. Com este tipo de medicamento, o HIV não consegue completar o seu ciclo de reprodução, porque não chega a infectar os linfócitos T e a criar novas cópias do vírus.

Mitos a respeito do HIV

  1. "SIDA e HIV são a mesma coisa".
    O HIV é o vírus que danifica o hospedeiro levando a uma deficiência imune. Um estado de deficiência imune é necessário para a condição conhecida da SIDA. Alguns tipos de doenças oportunistas da SIDA podem estar presentes em uma pessoa que possa ser diagnosticada como tendo SIDA. Um pessoa pode estar infectada por anos sem ter desenvolvido a SIDA. Alguém que seja HIV positivo pode não ter SIDA.
  2. "O HIV afecta apenas homossexuais e usuários de drogas".
    O HIV pode afectar qualquer um. Bebés, mulheres, idosos, adolescentes, e pessoas de qualquer etnia podem contrair o HIV. Vale a pena lembrar que há questões de crenças religiosas envolvidas, como dizer que a SIDA é causada por punição do sexo por prazer (homossexuais, o uso do preservativos, etc).
  3. "Não há risco para duas pessoas já infectadas ao ter sexo sem protecção".
    Há anos que a reinfecção por HIV (ou superinfecção como é às vezes chamada) tem sido vista como a consequência de relações sexuais sem protecção entre pessoas infectadas pelo HIV. A reinfecção ocorre quando uma pessoa com HIV infecta-se pela segunda vez ao ter uma relação sexual sem protecção com outra pessoa que também tem o HIV. A reinfecção tem sido demonstrada em estudos laboratoriais, bem como em modelos animais. A prova de que isso poderia acontecer em situações da vida real foram difíceis de ser obtidas, mas uma evidência recente tem surgido em estudos de casos humanos que confirmou que a reinfecção pelo HIV pode ocorrer e pode ser muito problemática para pessoas com o HIV.
  4. "Pessoas acima dos 50 anos não contraem HIV".
    Pessoas acima dos 50 anos podem contrair HIV. O número de pessoas acima dos 50 diagnosticadas com infecção pelo HIV está a aumentar.
  5. "Uma mulher HIV positivo não pode dar à luz a um bebé saudável".
    O HIV é às vezes transmitido da mãe para o bebé no útero, mas nem sempre. O risco é pelo menos de 20 a 30% para a transmissão materno-fetal do HIV. O parto por cesariana e a ingestão de droga antiretroviral durante a gravidez pode reduzir a probabilidade de a mãe passar a infecção para o bebé. Quando esses tratamentos estão disponíveis e a futura mãe é diagnosticada o mais cedo possível, apenas cerca de 2% das mães HIV-positivas que estão prestes a dar à luz, terão filhos infectados. As infecções pós-parto via leite materno também são um problema, especialmente no Terceiro Mundo.

Números

Os números relacionados com com a SIDA/HIV são catastróficos. O último relatório da ONU (divulgado em Maio de 2006) afirma que em Portugal podem existir até 53 mil pessoas infectadas com o VIH. Segundo o mesmo, a Índia ultrapassou já a África do Sul como primeiro país do mundo em número de seropositivos, com cerca de 5,7 milhões de indianos infectados com o HIV. A ONU prognosticou que, até 2020, se a comunidade internacional não aumentar drasticamente os seus programas de prevenção e tratamento, a doença pode matar pelo menos 70 milhões de pessoas. Actualmente, o número de infectados em todo o mundo ultrapassa já os 40 milhões. Desde que a doença foi diagnosticada, já morreram mais de 20 milhões de pessoas. Números preocupantes que devem a todo o custo ser combatidos...


Ajuda

Para todos aqueles que necessitem, a Coordenação Nacional para a Infecção HIV/sida disponibiliza uma linha de atendimento telefónico. A saber: linha sida- 800 266 666

Sida sem vacina?

Numa entrevista á revista Visão, Odete Ferreira, responsável pela identificação do HIV-2, afirmou não acreditar que se venha a conseguir uma vacina para a sida. Segundo a mesma, "(...)apesar da tecnologia e do dinheiro investidos, mais de 20 anos de tentativas deram em nada. Não conhecemos a proteína do vírus que desencadeia a doença. E ele muda com grande facilidade. Há muitos subtipos, tanto do HIV-1 como do HIV-2 e, assim, teria de fazer-se um cocktail de todos eles ou, pelo menos, de arranjar uma vacina para cada continente. Creio que a resposta estará nas mãos dos imunologistas, que descobrirão a forma como o nosso sistema imunitário poderá proteger-nos."
Resta-nos, portanto, aguardar e verificar se a tese de Odete Ferreira estará correcta.
Fonte: revista Visão

21 março 2007

Cancro

Fig.1- célula cancerígena vista ao microscópio electrónico


O que é o cancro?
O cancro é a proliferação anormal de células.
O cancro tem início nas células; um conjunto de células forma um tecido e, por sua vez, os tecidos formam os órgãos do nosso corpo. Normalmente, as células crescem e dividem-se para formar novas células. No seu ciclo de vida, as células envelhecem, morrem e são substituídas por novas células.
Algumas vezes, este processo ordeiro e controlado corre mal: formam-se células novas, sem que o organismo necessite e, ao mesmo tempo, as células velhas não morrem. Este conjunto de células extra forma um tumor. Um tumor maligno é considerado cancro.

O cancro pode ter origem em mutações genéticas...
A maioria dos cancros desenvolve-se devido a alterações (mutações) nos genes. Uma célula normal pode tornar-se numa célula cancerígena, após ocorrerem uma série de alterações genéticas. O tabaco, alguns vírus, ou outros factores relacionados com o estilo de vida das pessoas ou com o ambiente, podem originar essas alterações em determinados tipos de células.
O cancro herdado é raro.
Alguns tipos de cancro ocorrem mais frequentemente em algumas famílias do que no resto da população. Por exemplo, o melanoma e o cancro da mama, ovário, próstata, e cólon são, por vezes, de origem "familiar"; vários casos do mesmo tipo de tumor, numa família, podem estar ligados a alterações genéticas herdadas, que podem aumentar a probabilidade de desenvolver cancro.No entanto, na maioria das vezes, os casos de múltiplos tumores na mesma família, são apenas coincidência.
O cancro associado a mutações está associado a dois tipos de genes: proto-oncogenes e genes supressores de tumor.

Proto-oncogenes




Fig.2- formação de um oncogene (3ªcélula), devido a um factor externo.



São genes normais que estimulam a divisão celular, estando implicados na regulação da proliferação e da diferenciação das células. Quando ocorre a mutação de uma destas células forma-se um oncogene. Um oncogene é uma sequência de DNA resultante da alteração quantitativa ou qualitativa (mutação) de um proto-oncogene e que pode conduzir á formação de um tumor (cancro), devido á proliferação descontrolada das células.

Genes supressores de tumores
São genes normais que impedem a multiplicação descontrolada das células. Quando sofrem mutação, perdem esta capacidade e a divisão celular realiza-se de forma descontrolada originando um cancro.
Factores de risco
Determinados factores de risco aumentam a probabilidade de uma pessoa vir a desenvolver cancro. A saber:
  • envelhecimento;
  • tabaco;
  • luz solar;
  • radiação ionizante;
  • determinados químicos;
  • determinadas hormonas;
  • determinados vírus e bactérias;
  • má alimentação;
  • excesso de peso;
  • álcool:
  • falta de exercício físico.



Fonte: manual escolar e http://www.infocancro.com/

Cartoon sugestivo


Boa pergunta...Em quem confiaremos?

Cartoon relacionado com Organismos Geneticamente Modificados (OGM)

20 março 2007

Mais informações...

Estava eu a navegar no YouTube quando me deparei com o presente vídeo...
Dá que pensar, não dá?
E por falar em OGM, existe um blog muito interessante relativo a este assunto, onde se apercebe, claramente, que o autor é a favor de OGMs. O inconveniente é o blog estar escrito em inglês. Também observei que estão abertas algumas discussões. Assim sendo, aqui fica o endereço para os interessados: http://www.gmoafrica.org/index.html. Boas discussões...

Organismos Geneticamente Modificados (OGM)

Ao falarmos em OGMs, falamos necessariamente de um assunto controverso, que ainda gera muita polémica no seio da sociedade. Mas será que devemos colocar tantos problemas na inserção destes organismos no mercado? Na minha opinião penso que não.
Os OGMs, são acima de tudo, a demonstração do avanço da tecnologia, do avanço na área da Engenharia Genética. Ora, se são um símbolo da inteligência humana e do avanço da Ciência, por que não aceitá-los? Relembro que, muito se deve á ciência e á investigação tudo o que até hoje a humanidade conseguiu. Penso que as pessoas que estão contra os organismos geneticamente modificados se baseiam mais em questões éticas do que em questões cientificas ( a lei divina é contra este tipo de modificações nos alimentos). Quem somos nós, simples mortais, para alterar o ciclo biológico da vida, interrogam eles? Enfim…analisando bem, deparo-me com duas vertentes: as desvantagens e as vantagens. No entanto, são muito mais as vantagens do que as desvantagens. Como desvantagem mais importante, temos talvez o facto de que os resultados esperados podem ser diferentes dos obtidos, uma vez ainda não temos o controlo completo dos mecanismos genéticos das células.
Em relação ás vantagens, destacam-se as seguintes: enriquecimento nutricional dos alimentos (como é o caso do arroz dourado), aumento da produtividade, uma vez que o organismo pode receber novas vantagens mais benéficas (como por exemplo resistência a geadas e secas), pode ajudar no combate contra a fome, devido ás novas características adquiridas, etc.
Muitos outros alimentos têm vindo a sofrer alterações no seu genoma, mas sempre com o intuito de beneficiar o Homem, como é o caso do milho, da soja, do tomate, da beterraba, etc. Não estou, contudo, a criticar aqueles que são contra. Aliás reconheço que é perfeitamente plausível esta divergência de opiniões, uma vez que se trata de um assunto relativamente novo e que ainda tem muito que desenvolver. Não obstante, creio que a introdução nos mercados em grande escala de OGMs será uma questão de anos; visto bem, é apenas uma questão de confiança e hábito, aliás, como tudo na vida. Há que dar a conhecer ás pessoas a necessidade cada vez mais crescente que o Homem tem pela Ciência e, se não confiarmos e acreditarmos nela, a vida será muito mais complicada.
Em jeito de conclusão, há uma dúvida que paira no ar. OGM: desvantagens éticas ou vantagens para o Homem? Façam as vossas escolhas…
Fonte: autora do Blog

19 março 2007

Arroz com genes humanos pode ser aprovado nos EUA


O primeiro alimento geneticamente modificado com genes humanos está prestes a ser aprovado para produção comercial nos EUA. O arroz produzido em laboratório tem algumas proteínas encontradas na saliva e no leite materno. E a empresa pretende ampliar o uso destas proteínas em bebidas, sobremesas, iogurtes e barras de cereais. De acordo com os cientistas da empresa responsável pelo desenvolvimento do produto, a Ventria Bioscience, a proteína retirada do novo arroz pode ser usada no tratamento da diarreia infantil, uma das maiores causas de morte nos países em desenvolvimento. O United States Department of Agriculture (USDA) já mostrou interesse em aprovar o cultivo comercial deste tipo de arroz. Os produtores do arroz têm aprovação preliminar para plantar cerca de 12 mil quilómetros quadrados no Kansas. O arroz é o primeiro passo na chamada "comida Frankenstein", a primeira a misturar genes de origem humana. No entanto, grupos de defesa do consumidor a este tipo de novo alimento contestam a notícia. O GeneWatch UK, que monitoriza novos alimentos geneticamente modificados, descreveu o produto como "muito perturbador". O investigador Becky Price alertou para o facto de existirem “muitos riscos muito, muito graves para a saúde e as pessoas devem estar cientes disso".
Fonte: Agência de notícias Lusa